quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Minhas Queridas

Minhas Queridas, Clarice Lispector.
Talvez eu já tenha dito demais que este livro me encantou. Talvez quem me conheça, saiba o quanto eu o quis ler. Talvez até eu mesmo tenha me cansado dele.
Não por nada, mas porque o leio há tempos...
Clarice, que é minha musa, me encanta a cada linha. É com ela que aprendo o quanto é sublime, mágico e sereno ser amoroso, cordial, expressivo, com as pessoas que mais amamos. Não me parece (nem um pouco) que Clarice queira agradar a todos, principalmente quem possui uma felicidade "digestiva". Clarice, apenas, quer o bem daqueles que estão perto.
Quando digo perto, não digo necessariamente sobre aqueles que estão no nosso convívio diário. Até mesmo porque, neste livro (Minhas Queridas) é retratada a forma que a Autora mantinha laços de amor e amizade com suas irmãs, que estavam aqui no Brasil, enquanto Clarice morava no exterior, em viagens diplomáticas com o marido.
Para Clarice, "não existem lugares, existem pessoas".
É assim que eu começo a enxergar minha vida. É com essa delicadeza e audácia de Clarice que coloco a minha vida nos eixos.
É com o misto de não se saber quem é, por momentos e ser tão íntimo de si mesmo. É como saber escrever sobre você mesmo e, ao mesmo tempo, não se reconhecer na própria escrita.
É com essa profundidade literária que sigo meus passos.
É com todo esse amor invejável da minha musa, que eu encerro este post aqui. Leiam o livro e se deliciem como eu me deliciei.

Um comentário:

A Realidade da Cozinha disse...

Eu estava quase do seu lado quando vc comprou esse livro. Eu tenho a dimensão de tanto que ele foi apaixonante para vc.. estávamos em Campos do Jordão. A cidade fervilhava com eventos e pessoas lindas.. enquanto você, sentado numa espreguiçadeira qualquer, 0sorria, maroto, com gosto, cada palavra que absorvia das cartas de Clarice.