quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Dois mil e onze.

Entrei sem bater. Havia em mim uma grande dificuldade de enxergar a minha casa inabitada há tanto tempo.
Temi encontrá-la destruída e, no meio dos destroços, minhas coisas.
Mesmo temeroso, entrei.
Entrei e descobri que, apesar do tempo, das tempestades, dos ventos, ela estava lá: intacta.
Passei meus dedos sobre o móvel e havia muita poeira sobre ele. Havia, também, teias de aranha.
O cheiro não era agradável, mas reconheci meu lugar. Pensei que, ali, havia sido muito feliz.
E esses primeiros passos me remeteram a muitos passos que ali dei. Passos largos, firmes e muitas vezes apressados.
Passos de quem corria para abrir a porta para as visitas.
Neste pequeno espaço de tempo, onde sequer consegui avistar todos os cômodos, um filme me passou pela cabeça: do quanto eu fui feliz ali.
Das amizades que fiz, dos amores que tive, dos porres que tomei.
Pensei que poderia ter vindo antes. Pensei que não precisava ter deixado chegar neste ponto.
Depois, bem rápido, pensei: minha vida em primeiro lugar e o tempo - ah, o tempo! - é um grande remédio.

Com isso, retomo minha casa, meu blog, minha vida.
Retomo vocês, meus amados. Reassumo meu posto de aventureiro da casa da vida, do amor, da felicidade.
Agarro a chance de um ano incrível e que só depende de mim. Desejo-lhes o melhor.

Um beijo enorme.

Eu voltei.
E desta vez é pra ficar!